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Comunicação

Dia do Jornalista: É tempo de relembrar o direito à informação

Presidente da Fenaj fala sobre as lutas e o futuro da profissão

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Foto: Ilustrativa/Freepik

Todo cidadão brasileiro tem como direito fundamental, previsto na Constituição Federal de 1988, o direito à informação. E o jornalismo profissional contribui para que esse direito seja garantido. Neste domingo, 7 de abril, se comemora o Dia Nacional do Jornalista e a presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Samira de Castro, concedeu uma entrevista à Folha do Litoral News para falar sobre as lutas e o papel fundamental do jornalismo na sociedade atual.

Já no Capítulo I, o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros trata do Direito à Informação. É através da informação que se conhece e reivindica direitos, percebe abusos, denuncia ilegalidades, identifica oportunidades de crescimento, tem conhecimento sobre saúde, educação, transporte, economia e tudo mais que impacta diretamente na vida dos cidadãos.

“O jornalismo é uma forma de conhecimento imediato da realidade que possibilita a cidadania. A partir da informação de interesse público que é levantada pelos jornalistas e repassada para a sociedade, que se consegue materializar o seu direito de acesso à informação.  Por isso, se diz que o jornalismo é um bem público e que a liberdade de imprensa é um valor inalienável para os países democráticos”, afirmou a presidente da Fenaj. 

 “O jornalismo é uma forma de conhecimento imediato da realidade que possibilita a cidadania”, afirmou a presidente da Fenaj, Samira de Castro
Foto: Divulgação/redes sociais

Ela mencionou o fim da exigência do diploma de jornalista no Brasil para o exercício profissional, em 2012, como uma lástima à democracia. “A sociedade perdeu qualidade no exercício do jornalismo, perdeu um critério que possibilitava formação a priori para que as pessoas pudessem ter contato com a ética jornalística, além da técnica”, frisou Samira.

Pautas em discussão

Segundo Samira, há um conjunto de pautas nacionais prioritárias da categoria. Entre elas, a PEC 2026/2012, que restabelece a obrigatoriedade do diploma de nível superior específico para o exercício profissional no Brasil. A luta da categoria também passa pela criação do Conselho Federal dos Jornalistas, com poder de fiscalizar a profissão e o ensino de jornalismo e fazer a emissão de registros.

“Além disso, a criação de um piso nacional para a categoria e a regulamentação do capítulo 5.º da Constituição Federal que diz respeito à Comunicação Social. A questão da taxação das grandes plataformas digitais e criação de um fundo nacional de apoio e fomento ao jornalismo, ampliação do sistema público de comunicação e da EBC e a revogação das contrarreformas, que foram danosas para a classe trabalhadora. São lutas que já são históricas, mas que são atuais para resguardar o jornalismo com a sua função social e com a sua missão que é materializar o direito humano à comunicação”, descreveu Samira.

Educação midiática

O entendimento e a valorização da profissão passa pela educação midiática e digital. “As pessoas precisam compreender que o jornalismo é um bem público e que elas têm direito de acessar a informação vinda de fontes fidedignas, plurais, diversas e checadas e que tenha respaldo da realidade factual. Se as pessoas compreendessem como as notícias são feitas, sem dúvida o trabalho seria mais valorizado”, destacou Samira.

Futuro da profissão

Para a representante da categoria, o futuro do jornalismo é ir onde o público está. “A informação que tenha como foco o interesse público da sociedade é fundamental nesse momento de infodemia e de desinformação em massa. Chegamos em um ponto em que as novas tecnologias proporcionam uma confusão na geração de conteúdos e na distribuição e um excesso de informação que não ilumina, muitas vezes porque não é feito por jornalistas profissionais e sim por influenciadores e pessoas inabilitadas do ponto de vista ético, principalmente”, ressaltou Samira.

Sendo assim, para ela, o futuro do jornalismo é mostrar caminhos para chegar ao público da melhor forma possível. “E fazer com que nos lugares mais longínquos os veículos de comunicação produzam o jornalismo hiperlocal empregando e valorizando quem está na profissão”, concluiu Samira.

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